capoeira 1a

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Capítulo 1 / POR UMA HISTORIOGRAFIA DA CAPOEIRA NO BRASIL."Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a história social da capoeira no Brasil", de Josivaldo Pires de Oliveira e Luiz Augusto Pinheiro Leal.

"Em seu livro, Rego utilizou como fonte de pesquisa depoimentos de alguns mestres da capoeira, a literatura memorialista dos acima referidos, romances da ficção brasileira e umas poucas notas de jornais, valendo-se, então, de sua erudição no tocante aos estudos da cultura afro-brasileira.o trabalho de Waldeloir Rego pode ser interpretado como a culminância da linha memorialista dos precursores na arte do fazer a historiografia da capoeira no Brasil. É sobre este fazer que trataremos neste capítulo." (pg 27/28)

"Alguns dos mais importantes títulos da historiografia da escravidão fizeram, direta ou indiretamente, referência aos capoeiras. Entretanto, a identificação destes agentes culturais nos arquivos policiais e judiciários foi explorada de forma mais objetiva pelos pesquisadores interessados diretamente pela prática da capoeiragem." (pg 29)

"As muitas tentativas de reprimir os capoeiras dão uma ideia da persistência do fenômeno e sugerem a importância da capoeiragem como contestação ao sistema de controle social dentro do submundo dos escravos e seus aliados nas camadas baixas da sociedade urbana. (HOLLOWAY)" (pg 29/30)

"Bretas conseguiu mapear o universo de prisões dos capoeiras no início da República, além de construir o diagnóstico social dos mesmos: "A imagem dos capoeiras é a reprodução das muitas faces da pobreza. Desfilavam cegos, pernetas, escrofulosos, todos reunidos sob o manto igualitário e discriminador de capoeiras". (pg 31)

"A literatura foi, então, incorporada ao repertório de fontes da história social nos estudos sobre capoeiragem no Brasil. Os historiadores se tornaram exímios leitores dos romances e crônicas e da própria crítica literária, buscando historicizá-Ias, "inseriIas no movimento da sociedade, investigar as suas redes de interlocução social" 16. É papel desse leitor atento, destrinchar não a suposta autonomia da literatura em relação à sociedade e sim a forma como ela (e/ou os autores) constrói (constroem) a relação com a realidade social. É importante destacar que o historiador não se torna um crítico literário e sim um atento leitor das obras e um questionador da crítica." (pg 33)

"Com esses dados no período, o autor não só demonstra serem os africanos predominantes na capoeira, como aponta também a possibilidade de que essa prática cultural tem origem nas "tradições africanas" em combinação "com 'invenções' culturais crioulas". (pg 35)

"A década de 1930 representa um período que muito chamou a atenção dos pesquisadores (...) O autor discute como, nesse período, a capoeira sofreu alterações em sua forma "ritual" e "gestual", passando por um intenso processo de transformação simbólica." (pg 37)

"A defesa pessoal do negro: a capoeira no Pará.32 Todavia, Luiz Augusto Leal amplia as possibilidades de fontes e metodologia, apropriando-se dos inquéritos e ocorrências policiais, processos crimes e legislação, artigos de jornais e obras literárias." (pg 40)

Este capítulo cita de maneira resumida, como alguns pesquisadores se basearam para historiografar a capoeira no Brasil. Como a documentação necessária a esse tipo de pesquisa fora queimada, eles partiram de matrículas na detenção já que esta prática era considerada um crime e a partir destas matrículas, eles descobriram por exemplo que a maioria dos capoeiras eram africanos.  Eles também partiram de obras literárias a fim de ter contato com o contexto social da época, como também a partir das canções, dentre outras fontes. Ele cita o momento em que a Capoeira  Angola sofre alterações em seus gestos e movimentos, tornando-se a Regional. Ressalta a ideologia da capoeira de resistência à opressão dos brancos dominantes.

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