capoeira 1a

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Capítulo 1 / A VINDA DOS ESCRAVOS. "Capoeira Angola: ensaio sócio/etnográfico", de Waldeloir Rego.

"Isso foi a brecha para que o espírito de conquista o fiz levantar âncoras, para as terras de África, em busca de um novo comércio, fácil e rendoso, porém humilhante e desumano." (REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. 1968. pg. 2)

Este capítulo se utiliza de alguns documentos para falar sobre a vinda de escravos, sobretudo negros, para Portugal. Como grande parte dos documentos originais que continham informações precisas sobre o tráfico negreiro foram queimados, dúvidas a respeito da origem desse tráfico são evidentes para o autor. Suposições de que os escravos tenham vindo de Angola, baseiam-se na informação de que esta possuía uma boa qualidade de escravos "(...) principalmente no que tange a submissão (...)" (REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. 1968. pg. 16). Além de dúvidas como a data de chegada dos primeiros escravos e se eles trouxeram a capoeira da África ou se inventaram-na aqui, no Brasil. Alguns documentos ainda existentes relatam a expansão deste comércio e da participação de alguns religiosos - salvos alguns que se declaravam contra - que acreditavam poder catequizar os escravos, tidos como bárbaros. Tudo o que fosse conquistado em terras africanas passaria ao domínio português, numa exploração desumana. A descoberta do Brasil se dá um tempo depois, quando esta ainda era conhecida como terra de Santa Cruz. " Argumenta-se que a sobrevivência das primeiras engenhocas, o plantio da cana-de-açúcar, do algodão, do café e do fumo foram os elementos decisivos para que a metrópole enviasse para o Brasil os primeiros escravos africanos (...)" (REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. 1968. pg. 9) Este capítulo também apresenta trechos poéticos de trovadores inspirados pelo tráfico - tais como Gil Vicente e Camões - que narram este contexto sócio-histórico muitas vezes a satirizar os costumes e façanhas dos portugueses, e de como negros se caçavam e se vendiam, tornando-se cristãos pela comida. Uma infelicidade sem tamanho a maneira como os portugueses deturparam a ideologia cristã para explorar, escravizar, catequizar e aniquilar toda uma cultura.


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